
BEBA ZANETTINI – SOBRE
Pianista, compositor e arranjador formado na UNESP, pós-graduado em Canção Popular pela Faculdade Santa Marcelina. Integrou os grupos de música instrumental Aquilo Del Nisso e Café Jam, com vários CDs lançados. Esteve ao lado de vários artistas em shows e gravações: Alzira Espíndola, Vânia Bastos, Dominguinhos, Guinga, Eva Jagun (DE), entre outros. Já se apresentou em diversos lugares do Brasil e exterior (USA, Portugal, Alemanha). Criou trilhas para teatro, circo e projetos multimídias (La Mínima, Picollo Circo, Momentos), publicidade e vídeos institucionais.
Em 2009 lançou o primeiro CD solo, "Beba Música", com suas canções nas vozes de vários intérpretes.
Em 2017, lançou o segundo CD solo, “Canto da Areia”, com a participação de vários artistas nacionais e internacionais.
Em 2019 concorreu ao Prêmio Profissionais da Música, nas categorias Autor e Instrumentista.
Na quarentena lançou o single e vídeo Alegria, que foi finalista (Top 100) do World Folk Vision – 2020. E o samba Rasteira foi finalista do Festival da Canção de Protesto.
Com o Beba Trio tem lançado vários singles e em maio de 2022 o grupo excursionou pela Europa se apresentando em festivais de Portugal e Alemanha. No segundo semestre de 2022 lançou o álbum Beba Trio & Convidados.
Em 2023, foi finalista em duas categorias do Prêmio Profissionais da Música. Em dezembro lançou o single Que Me Leva.
Em 2024 já está envolvido em vários projetos: O Beba Trio lançou em setembro o segundo algum, Na Gaveta, através do edital Paulo Gustavo. Há projetos de piano solo previstos também.
Como educador trabalhou em várias instituições: FAAM-FMU (2000-2019), FITO (2009-2018), Espaço Musical (1989-2004), atuando como professor dos cursos de Piano Popular, Prática de Conjunto e Correpetição.

RELEASE POÉTICO
Tive sorte. Sem esforço, a música chegou até mim. Minha mãe era formada em piano e, desde muito menino, convivi com aquele modelo M.Schwartzmann na sala de nossa casa. Paulistano, cresci no Itaim-Bibi, no final dos anos 1960 e me divertia numa rua de terra batida que terminava nos campos de várzea do Marítimo Futebol Clube. Apesar da iniciação musical em piano, a rua e o futebol eram mais sedutores. Um dia, apareceu uma bateria em casa, e fiquei sabendo que meu pai havia tocado esse instrumento na sua juventude. Por isso o piano e a bateria são os instrumentos com os quais tenho mais proximidade, o piano profissionalmente e a bateria, ‘pra curtir’. E hoje, um de meus filhos, Rodrigo, é pianista, e outro, João, que toca batera. Coincidência?
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O primeiro disco que eu comprei, foi um LP com a trilha sonora de Burt Bacharach para o filme Lost Horizon(1973), “The world is a circle’. Gosto dele até hoje e continuo achando que ‘O mundo é um circulo sem um começo e ninguém sabe onde ele realmente termina’. Nunca fui roqueiro, mas tinha que dizer para os meus amigos, da escola e da rua, que eu gostava das bandas que eles curtiam, se não pegava mal. Ouvia muita música brasileira, Chico Buarque, Tom Jobim, Milton Nascimento, João Gilberto, Caetano Veloso, Luiz Melodia, Djavan... E pirava nos sons do Stevie Wonder e Earth, Wind & Fire, por exemplo. Mais tarde descobri o compositor norte-americano Donald Fagen, que foi da banda Steely Dan, e seu disco The Nightfly, de 1982, foi um marco para mim.
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Compus a minha primeira canção aos 13 anos, lembro até hoje. Era um baião, talvez influência do álbum Expresso 2222, do Gilberto Gil. Voltei a tocar piano com os "bródi" da escola e aí fui mordido definitivamente pelo bicho da música! Não parei mais! Tive várias bandas e com nomes que procuravam ser tão criativos quanto o som: O Leite da Viúva, Ilustres Visitantes... Quis me aprofundar e fui atrás de ter aulas com mestres, entre eles, Vera Pestana, Roberto Lazzarini, Felix Wagner, Hilton Gôgo, Zuleika Bastos, Ricardo Breim e a todos sou muito grato. Felix Wagner me apresentou o jazz e daí foi um pulo para música instrumental brasileira. Eu misturava. Ouvia Keith Jarret, Thelonius Monk, Duke Ellington, Egberto Gismonti, Hermeto Paschoal, César Camargo Mariano, Banda Black Rio e Weather Report.
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Em 1986 cheguei à universidade, a UNESP, para cursar Composição e Regência e, ao lado dos colegas Marcel Cangiani (bateria ) e Yoshiya Kusamura (baixo), formamos o UNESP Jazz Trio, que se apresentava no campus da universidade, mostrando jazz e música brasileira. Do trio passamos ao quinteto Café Jam, que contava com Paulo Pascali (sax e flauta) e Benoit Decharneux (guitarra) e que durou até 2002. O CD “Café Jam” (1996) foi meu primeiro trabalho autoral. Em 1993, entrei para o Aquilo Del Nisso, grupo em que fiquei até 2013 e, no qual, fiz discos e shows memoráveis.
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Nestes mais de 40 anos de carreira fiz de tudo: acompanhei artistas de diversos estilos, toquei em teatros, bares, restaurantes, escolas, supermercados, hotéis, cinemas, barcos, bancas de jornal e até pasto de fazenda. Bailes, shows, eventos, trilhas, gravações, ensaios, projetos e muitos quilômetros rodados. Tornei-me professor também, dei aulas na FAAM, FITO e particulares, também. Olhando assim até parece tudo lindo. Não foi. A carreira de músico é bonita mas não é fácil. Houve momentos de muitas dúvidas e dificuldades, coisas que deram certo e outras que não. O prazer de fazer fala mais alto: criar, compor, arranjar, ensaiar, tocar, gravar, mostrar e interagir com o público são experiências que tornam a carreira musical uma aventura gratificante.
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O piano M. Schwartzmann resiste e agora mora na serra. Vou seguindo.

















